A Rede Record está em negociação com Suzane von Richthofen para transformar sua vida em um filme. O cachê milionário da “artista” irá fazer valer a pena ter cometido o crime.

A Record está em negociações avançadas com Suzane von Richthofen para produzir uma série e um filme sobre a vida da assassina mais famosa do país, condenada pela Justiça a 39 anos de prisão por ter mandado o então namorado matar seus pais, em 2002, na casa em que viviam no Brooklin, na zona sul de São Paulo. A emissora ainda não definiu detalhes da produção, como duração, roteirista e elenco. Mas as negociações progrediram nas últimas semanas, o que deixou executivos da área artística animados.
Deborah Secco até agora é a atriz mais cotada para reviver Suzane von Richthofen. O sucesso ao interpretar Bruna Surfistinha fez os diretores da Record tentarem esta negociação que envolve R$ 1,5 milhão pela atuação e a participação de 8% dos lucros das bilheterias. Já Suzane von Richthofen teria pedido um adiantamento de R$ 3 milhões e participação nos lucros de 6% da bilheteria do cinema dos comerciais exibidos na TV, o que poderia render até R$ 10 milhões a Suzane.

Suzane von Richthofen costuma alavancar a audiência dos programas de TV. No ano passado, ela deu uma entrevista para a reestreia de Gugu Liberato na Record e falou de seu relacionamento homossexual com Sandra Regina Gomes. Realizada no presídio de Tremembé (SP), a entrevista deixou Gugu na frente da Globo durante meia hora e gerou uma crise de ciúmes nos bastidores da Record, que culminou com a saída do então diretor do programa, Vildomar Batista.

O respeito da Record ao acordo firmado por Gugu e Suzane mudou o humor da detenta. Além de dinheiro, Suzane está exigindo da Record o poder de vetar trechos do roteiro da série com os quais não concordar. Para a emissora, no entanto, isso não é um obstáculo instransponível.

Suzane cresceu em uma família de classe média alta. Seu pai, Manfred von Richthofen, era engenheiro. A mãe, Marísia, era psiquitra. Em 31 de outubro de 2002, às vésperas de completar 19 anos, Suzane abriu a porta de sua casa para que os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos matassem seus pais a machadadas, enquanto eles dormiam no segundo andar. Suzane namorava Daniel, e os Richthofen reprovavam o relacionamento. O plano dos três era simular um latrocínio para ficar com a herança.

Enquanto ela está cheia de sonhos, seu irmão Andreas é internado em ala psiquiátrica de hospital em SP, por uso de drogas com a vida destruída e sérios problemas emocionais.
Testemunhas relatam comportamento de Andreas von Richthofen após invadir casa

Irmão de Suzane foi levado a hospital com quadro de surto psiquiátrico após invadir residência, na segunda. Frequentador da Cracolândia, ele estava maltrapilho e confusoAndreas Albert von Richthofen, 29 anos, parecia bastante confuso e acuado na segunda-feira (29), quando conversou com vizinhos da casa onde foi encontrado, em Santo Amaro, zona sul de São Paulo. “Nem queira saber como é minha vida”, teria dito aos PMs após ser abordado por pular as grades da residência, segundo o consultor tributário Mauricio Orlando, 51. “Acho que não queria que soubessem quem era”, conta.

O jovem, que é irmão de Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos pelo assassinato do pai e da mãe em 2002, foi levado a um hospital com um quadro de surto psiquiátrico e acabou internado, segundo a Secretaria da Saúde, da gestão João Doria (PSDB).

Às 6h47, Andreas foi filmado por câmeras descendo a rua. Ele rasgou as roupas ao pular as grades e ser espetado por pequenas lanças. Caiu em um jardim e deitou sob a janela, onde permaneceu quieto, sangrando.

Moradores perceberam a movimentação. Quem viu o rapaz foi Orlando. “Ele falava coisas desconexas. Percebi que não era um bandido”, diz.

A PM apareceu às 7h30 e conduziu o Andreas à frente da casa. Ele deixou para trás uma caixinha preta, aberta, de veludo, e levou consigo uma vermelha. Contou que morava na rua República do Iraque, no Campo Belo (zona sul), mas não queria ir para lá. “A minha casa está zoada”, disse.

A via é paralela à rua Zacarias de Góis, onde a família Richthofen vivia antes do crime. Andreas se assustou com a chegada de um segundo carro da PM e se escondeu atrás de um veículo. Depois, correu para o banco do Corsa de um morador. Foi arrancado pelo motorista. Acabou levado pela PM ao Hospital do Campo Limpo (zona sul) e foi transferido à Casa de Saúde João de Deus.

Moradores afirmam que Andreas não tinha a aparência de alguém que frequentou cracolândias da capital. “Mas estava visivelmente transtornado”, afirma o agente de importação Renato Gomes Júnior, 52.


Fonte jornaldopais.com.br